Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH)

Avaliação de Risco a Saúde Humana

Um dos grandes desafios da sociedade moderna é a reabilitação para o uso seguro de áreas contaminadas por antigos processos industriais, operacionais e minerários. A reutilização segura dessas áreas e que não cause riscos ao ser humano tem como princípio basilar a execução da etapa de Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH) do GAC. Na ARSH são avaliados os riscos associados a exposição de seres humanos à substâncias contaminantes relacionadas a impactos ambientais no solo, sedimento, água subterrânea e superficial, bem como ar atmosférico.

Em estudos de ARSH, desenvolvidos com base na etapa de Investigação Detalhada, são identificados os contaminantes químicos, os compartimentos contaminados e pontos de exposição, as vias de ingresso e os receptores, com objetivo de definir os cenários de exposição que possam gerar riscos ao ser humano.

Na ARSH esses riscos são avaliados e a partir do estabelecimento de Concentrações Máximas Acetáveis (CMA), com base nas quais são implementadas medidas de intervenção para remediação ambiental de áreas ecologicamente impactadas por contaminação do solo e contaminação da água.

Avaliação de Risco para Saúde Pública

A ARSH no âmbito da Saúde Pública (SP) tem por objetivo analisar as implicações na saúde humana e as preocupações das comunidade, tradicionais (PCT) e não tradicionais, pela exposição substâncias químicas contaminantes identificadas em uma área contaminada, com o intuito de determinar os riscos decorrentes dessa exposição, levando em consideração cenários no passado, presente e futuro, bem como recomendar ações de saúde pública para as populações atingidas e recuperação ambiental para a área avaliada.

No Brasil, o escopo da ARSH SP foi dimensionado pelo Ministério da Saúde em 2010 (https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/saude-ambiental/arsh) com base no documento Public Health Assessment Guidance Manual desenvolvido em 2005 pela Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR).

Autor: Grupo EPA (2025).

Autor: Grupo EPA (2024).

Estudo de Caso – Avaliação de Risco para Saúde Pública

Um dos principais Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana no âmbito da Saúde Pública desenvolvidos pela TECNOHIDRO, foi o estudo realizado em parceria com o Grupo EPA para avaliar os impactos a saúde dos integrantes das comunidades localizadas ao longo da Bacia do Rio Doce e que foram atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão ocorrido em 5 de novembro de 2015 na cidade mineira de Mariana. O rompimento em referência gerou alterações e impactos ambientais na Bacia do Rio Doce, expondo comunidades tradicionais e não tradicionais ao contato com contaminantes relacionados ao rejeito e a mistura rejeito-solo-sedimento-detrito relacionada ao fluxo de massa associado ao desastre.

O estudo foi desenvolvido com base na metodologia publicada em 2010 pelo Ministério da Saúde sobre as Diretrizes para Elaboração de Estudo de Avaliação de Risco à Saúde Humana por Exposição a Contaminantes Químicos. Nesse projeto foram consideradas as preocupações de saúde das populações atingidas pelo rompimento, sua tipificação e espacialização para definição do Modelo Conceitual de Exposição (MCE) preliminar. Com base no MCE, a TECNOHIDRO desenvolveu o plano de investigação ambiental que foi executado pelo Grupo EPA. De posse dos dados gerados em campo, foram calculados os riscos à saúde humana para o contato com substâncias químicas de interesse associadas a mistura inicial e às substâncias remobilizadas.

Os resultados indicaram riscos específicos para algumas substâncias considerando cenários relacionados ao contato dérmico e ingestão. O risco adicional associado a questões associadas a vulnerabilidade social também foi qualificado. Com base nos resultados obtidos foram recomendadas ações de saúde pública a serem executadas para acompanhamento da saúde das populações atingidas, bem como medidas de intervenção para mitigação a níveis aceitáveis dos impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão.

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