Expedição para avaliar a qualidade da água do corpo central da Represa Billings está programada para ter início em março. Comandada pela bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Angela Marcondes, a travessia de cerca de 45 quilômetros entre a Balsa João Basso, no Riacho Grande, até a barragem do Rio Pinheiros, feita de barco, apontará alternativas para o uso da água do manancial para consumo humano de forma segura, tendo em vista a existência de diversos poluentes e contaminantes.

“Vamos analisar desde PH, temperatura, quantidade de oxigênio dissolvido na água e níveis de amônia, cloreto e fosfato. A ideia é que seja um estudo rápido, até julho, de forma que possamos comparar com pesquisas já feitas anteriormente e informar a população”, observa a pesquisadora, que será acompanhada por outras nove pessoas durante o período do levantamento.

Desde dezembro, a professora vem coletando amostras de seis pontos do corpo central da represa para estudo inicial. Um dos itens já analisados é o índice de oxigênio dissolvido na água da Billings. “Percebemos que a qualidade vai piorando até chegar a nível de rio à medida que avançamos em direção à barragem do Pinheiros. A vegetação vai diminuindo e as ocupações às margens da represa e quantidade de lixo vão aumentando, assim como o mau cheiro”, destaca Marta.

Enquanto a coleta de água feita nas proximidades da Balsa João Basso, no Riacho Grande, ao lado de colônia de pescadores, indica nível de 8 mg/L de oxigênio dissolvido, a amostra do último ponto da miniexpedição obteve índice de 0,1 mg/L. “Quanto menor a quantidade de oxigênio, menor a possibilidade de existência de vida”, explica a bióloga (veja gráfico com resultados acima).

Outro dado que merece destaque, segundo a professora, é a comprovação da existência, em grande quantidade, de microcistinas, toxinas naturais produzidas por cianobactérias. Em contato com o organismo, essas substâncias causam desde problemas respiratórios até doenças no fígado e rins.

De acordo com Marta, estudos realizados na década de 1960 já apontavam a presença deste tipo de bactérias, além de materiais pesados, como chumbo e mercúrio, na represa. “Vamos comparar nossas análises com as já realizadas para saber se houve melhora ou piora da qualidade da água da represa e oferecer alternativas. Solução técnica existe, mas é preciso que todos tenham o mesmo objetivo”, provoca Marta.

Fonte: Yahoo!

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