A Brasil Terminal Portuário (BTP), instalação especializada na movimentação de contêineres no Porto de Santos, recebeu a certificação final da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O documento atesta que toda a área do empreendimento, instalado no terreno do antigo lixão do Porto de Santos, na Alemoa, foi recuperada e que, mesmo após o monitoramento ambiental do lote, não há registros de novas contaminações. A remediação do local começou a ser planejada com o empreendimento, há oito anos, e demandou investimentos de R$ 257 milhões.

A contaminação do solo do antigo Lixão da Alemoa era considerada o maior passivo ambiental do setor portuário nacional. A solução dada ao local foi um dos destaques do projeto da BTP.

No início dos trabalhos no local, a empresa acreditava que seria necessário retirar 670 mil toneladas de sedimentos contaminados. Mas, durante o processo de limpeza, foram transportados para o maior aterro sanitário do Brasil, em Caieiras (SP), mais de 711 mil metros cúbicos de resíduos poluídos. Foi um total de 1,14 milhão de toneladas do material, que se estendia a até 10 metros de profundidade.

O trabalho de remediação foi concluído em março de 2012. Em seguida, iniciou-se a fase de monitoramento ambiental em toda a área onde hoje está o terminal.

“Em julho de 2012, a BTP recebeu da Cetesb um importante documento, atestando o cumprimento das metas estabelecidas entre as partes para a remediação ambiental do terreno onde a BTP está hoje. Ao longo desses três anos, monitoramos atentamente as águas subterrâneas do local, emitindo relatórios periódicos de desempenho ao órgão público. E hoje, estamos todos muito felizes com o recebimento do termo de área reabilitada, que é uma resposta positiva a todo empenho e dedicação de nossa equipe”, destacou o presidente da empresa, Antonio Passaro.

Conforme a gerente de Meio Ambiente da BTP, Elisabete Ramos, os trabalhos começaram em 2007, quando foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a empresa, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária), a Cetesb e o Ministério Público. A partir daí, foi iniciada uma investigação para identificar quais eram os contaminantes presentes na área.

O tamanho exato de terreno remediado é de 340 mil metros quadrados. Ao longo dos meses de recuperação, a BTP contou com a parceria de quatro empresas especializadas. Enquanto as obras ficavam sob a responsabilidade da Andrade Gutierrez, da Essencis Soluções Ambientais e da Dec do Brasil, o gerenciamento foi realizado pela Waterloo Brasil.

Chumbo, benzeno, cloreto de vinila e mercúrio estavam entre as substâncias encontradas no antigo lixão da Codesp.

Etapas

A remediação do terreno da BTP ocorreu em duas etapas. Na primeira, que envolveu 80% dos trabalhos, foi feita uma lavagem do solo, que foi separado. Parte dos sedimentos foi reaproveitada e outra, descartada no aterro.

Em seguida, houve a fase de escavação e retirada do solo contaminado. Foram necessários 30 meses para estas duas frentes de trabalho.

Em 2012, após a conclusão da remoção do solo contaminado, iniciou-se o período de monitoramento da área. Para isso, foram perfurados 60 poços, que captavam, de seis em seis meses, água para análise. “Eles (os poços) eram de 20 metros de profundidade e sempre estavam fechados com tampas e cadeados. Era feita a coleta de água subterrânea para análise e a Cetesb também escolhia alguns deles para fazer seus testes”, explicou a gerente de Meio Ambiente da BTP.

O aval para o fechamento dos poços de monitoramento foi dado pela Cetesb junto com o documento que a atesta a conclusão da remediação ambiental.

“Sou santista e me dá muito orgulho participar de um empreendimento que devolve para a comunidade uma área que estava parada e, agora, está sem contaminantes, com pessoas trabalhando”, afirmou a responsável pelo projeto na BTP, destacando o caráter social da remediação ambiental do terreno.

Fonte: A Tribuna

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