Professores decidiram entrar em greve para protestar contra contaminação.

Quatro mil pessoas passam pela USP Leste diariamente.

Fiscais de Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) vão se reunir na quinta-feira (12) com representantes da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Leste da capital paulista, para definir adaptações no terreno do campus que apresenta contaminação do solo por gás metano. Na manhã desta quarta-feira (11), professores e alunos entraram em greve em protesto, temendo riscos de explosão.

Quatro mil pessoas passam pela USP Leste diariamente. O campus foi construído em um terreno onde funcionou um aterro de lixo orgânico. Com o tempo, o material se decompõe e começa a emitir gás metano, que é tóxico e explosivo.

Os professores alegam ter medo de trabalhar devido ao risco de explosão. O receio surgiu após a colocação de uma placa como a logomarca da Cetesb informar sobre a concentração de gás metano no terreno.

A companhia, no entanto, nega ter interditado a área e diz que não instalou a placa. Segundo a assessoria da USP, quem instalou o aviso foi a Superintendência do Espaço Físico da universidade (SEF) e, diferente do que está escrito nela, não existem riscos à saúde dos alunos ou funcionários.

A Cetesb informou que emitiu um auto de advertência para a universidade no começo de agosto, exigindo o cumprimento de alguns pontos da licença de operação pra sanar o problema do vazamento de gás. Em entrevista ao SPTV, a diretora de avaliação de impacto da Cetesb, Ana Cristina Pasini, disse que não existe risco para quem frequenta o local.

“O único erro que pode haver em relação ao material que está lá é se houver ingestão desse material. Dentro dos prédios, não há risco. O que acontece é que, como o que está no subsolo é material orgânico, isso ao se deteriorar gera gases, esses gases são monitorados por meio de poços instalados em todos os prédios. Então, temos uma noção de quanto gás tem”.

A universidade afirmou que mandou relatórios para a Cetesb para assegurar que não existe risco de explosão e que está em processo de contratação de empresas para a instalação de exaustores para solucionar o problema.

A Cetesb diz que considera normal a licença ambiental do campus Leste da USP ter sido dado sete anos depois do início das atividades em 2005 e informa que a licença só é dada depois do término das obras nos prédios.

 

Outros casos

O Shopping Center Norte, na Zona Norte de São Paulo, chegou a ser interditado por dois dias pela Prefeitura de São Paulo, em outubro de 2011, depois que a Cetesb constatou concentrações do gás acima do aceitável. A região foi utilizada durante décadas como depósito de lixo antes da construção do shopping, na década de 1980.

Perto do shopping Center Norte, o Conjunto Habitacional Zaki Narchi também apresentou problemas de concentração de gás metano. O conjunto habitacional que tem 35 blocos residenciais fica a cerca de 300 metros do antigo lixão do Carandiru, que serviu de depósito de resíduos entre os anos 1950 e 1970. A Prefeitura determinou obras de drenagem do gás.

Fonte: G1

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