O faturamento das redes de franchising também contou com os bons ventos que continuam soprando em alguns setores, em especial de alimentação e beleza, estimulando investimentos e expansão de pequenas e médias redes desenvolvidas para atender a nova classe média.

Em apenas dois anos a Brasileirinho Delivery já superou as expectativas de aberturas de lojas, segundo o empresário Jhonathan Ferreira. Até o próximo ano, a rede que atua num setor que movimenta R$ 9 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), deverá contar com 170 unidades no Brasil e mais 30 no exterior onde oferecerá comida típica brasileira em embalagens para viagem em países como México, Colômbia, Chile e Uruguai.

Impulsionados pelas vendas de cosméticos que no ano passado cresceram 11% e movimentaram R$ 101,7 bilhões no país, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, os negócios no setor de beleza são beneficiados por investimentos de franquias em expansão como o da Chlorophyla, indústria de perfumaria e cosméticos, que a inaugura no próximo mês uma fábrica em Gravatá, no agreste de Pernambuco.

Para produzir 2,4 milhões de itens por ano, a marca de perfumaria e cosméticos investiu R$ 20 milhões na nova unidade fabril e deverá abrir 200 novas franquias no Nordeste até 2020. “Embora o cenário econômico nacional seja de instabilidade, o mercado de perfumaria e cosméticos segue em franca expansão. O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de cosméticos do mundo o que nos dá certeza de que estamos no momento certo e com a estratégia correta”, diz Chayza Dantas, diretora da Chlorophylla.

O aumento das demissões e a aceleração dos preços também impactaram no setor. Abrir o próprio negócio, explica a presidente da ABF, Cristina Franco, passou a ser uma opção de profissionais desempregados.

Além disso, o trabalho em rede que permite manter fornecedores comuns a todas as lojas e compartilhar o fornecimento, contribuiu para evitar repasses muito altos aos preços finais, tornando produtos e serviços de franquias mais competitivos. Isso ajudou a segurar o ticket médio das franquias.

Franquias também estão sendo desenvolvidas para atrair investimentos de profissionais desempregados de faixa de renda mais alta. O Anacã, estúdio de dança da empresária Ana Maria Diniz em sociedade com a bailarina Helô Gouveia, anunciou a criação de franquia para a abertura de sua terceira unidade, projeto concebido para atrair também profissionais interessados em trocar um emprego fixo por um empreendimento, segundo a empresária Ana Maria Diniz.

“Antecipamos o lançamento para este ano porque há pessoas que perdem o emprego e querem alternativa de negócio”, afirma Diniz. A empresa já estuda propostas de abertura da nova unidade no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e também do exterior, Portugal.

O investimento inicial é de R$ 1 milhão e, segundo Ana Maria, pode ser uma opção para profissionais de maior renda que estão fora do mercado de trabalho em decorrência do aumento das demissões. “Numa crise não de longa duração, as franquias são opção de plano B”, concorda Cristina Franco. As demissões, ela avalia, têm contribuído para elevar a procura de franquias em especial microfranquias como alternativa ao desemprego.

Fonte: Valor Econômico

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