Água contaminada é tratada em lagos artificiais antes de ir para os rios.
Nova técnica poderá ser aplicada em 4 pontos diferentes de São Carlos.

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um sistema que ajuda a diminuir a poluição dos rios causada pelas enchentes. No método, a água contaminada, que é arrastada pelas enxurradas, recebe tratamento em lagos artificiais antes de seguir para os rios. A pesquisa foi premiada, nesta segunda-feira (16), na categoria ensino superior do prêmio Jovem Cientista, em Brasília.

Atualmente, a água da chuva não infiltra quando cai sobre o solo impermeabilizado, como ruas e calçadas, e desce para as áreas mais baixas. Neste caminho, carrega os resíduos sólidos e poluentes, que caem nas bocas de lobo e segue até os cursos de água, onde contaminam o ecossistema.

Com a nova técnica, quando a água cair sobre o solo e carregar os resíduos, ela será coletada pelas bocas de lobo e entrar no sistema de drenagem, formado por pequenas bacias que irão reduzir a carga de poluentes antes que a água siga para os afluentes.

“Esses sistemas naturais têm plantas aquáticas que são capazes de absorver alguns contaminantes, como matéria orgânica ou metal em quantidade reduzida. É isso que o sistema acaba tratando”, explicou Nicolas Rodrigues, aluno de gestão em análise ambiental da UFSCar.

Sistema

Em São Carlos, por exemplo, o sistema poderá ser aplicado em quatro pontos diferentes. Um deles é a região do Kartódromo, onde a ideia é fazer seis lagoas interligadas. Como serão colocadas plantas nessas lagoas, os locais podem até se tornar novas opções de lazer para os moradores.

Além disso, com os lagos espalhados pela cidade, será possível reduzir também a água das enchentes. “Não necessariamente vai acabar com a enchente, mas pode reduzir a quantidade de água”, afirmou o pesquisador.

Custo

A pesquisa ainda está em fase experimental, mas o professor acredita que quando for aplicado o sistema não terá um custo alto. “Esses sistemas são mais descentralizados, mais fáceis de serem planejados e projetados. O custo é um pouco reduzido, menor que os sistemas concentrados e grandes sistemas de tratamento”, afirmou o professor do departamento de ciências ambientais da UFSCar Frederico Yuri Hanai.

Fonte: G1

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