Fonte: Portos e Navios

A OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, registrou prejuízo de R$ 285,7 milhões no quarto trimestre de 2012, 14% menos na comparação com perdas de R$ 332,5 milhões do mesmo período de 2011. Com esse resultado, a empresa encerrou 2012 com prejuízo de R$ 1,173 bilhão, 130% a mais que as perdas de R$ 509,8 milhões no ano anterior.

Ao comentar as informações dadas pela OGX ontem à noite, o analista Marcus Sequeira, do Deutsche Bank, disse em relatório para clientes que os resultados confirmam as expectativas de um cenário difícil em 2013. Para ele, a partir das informações dos gestores, é possível vislumbrar um risco de depreciação dos fundamentos da OGX devido às expectativas de que ela tenha menos reservas de petróleo do que o previsto.

A OGX fechou 2012 com R$ 3,4 bilhões em caixa, equivalentes a US$ 1,7 bilhão. Estão previstos investimentos de US$ 1,3 bilhão (R$ 2,6 bilhões) e em 2013 a empresa terá que pagar cerca de R$ 600 milhões em serviços da dívida. Do lado operacional, a geração de caixa ficará em torno de R$ 330 milhões, mantidas as condições atuais de produção e margem.

Entre os eventos destacados pela empresa como importantes em 2013, e que vão exigir investimentos, estão a chegada das plataformas OSX 2 e OSX 3 previstas para o terceiro trimestre. A OSX 3 deve ser instalada no campo de Tubarão Martelo (antigo Waikiki), também na Bacia de Campos, e se comenta que a OSX 2 vai para uma das áreas ao norte de Tubarão Azul, mas não há confirmação da empresa.

Em 2013, a companhia também prevê aumento da produção de gás no Maranhão para atender o complexo termelétrico do Parnaíba; a continuação da campanha de exploração e delimitação nas bacias do Parnaíba e Espírito Santo, além dos investimentos previstos para cumprir o Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) de alguns blocos nas bacias de Campos e Santos, cuja devolução para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi adiada em troca desses investimentos.

No relatório da administração, o presidente da OGX, Luiz Carneiro, informou que a produção dos dois primeiros poços do campo de Tubarão Azul ficaram abaixo das expectativas.

“Continuamos absolutamente concentrados na otimização do volume total recuperável do campo de acordo com as melhores práticas da indústria, mas reconhecemos que o volume total de barris recuperáveis deverá ser reduzido”, diz o texto. No dia 14 de maio do ano passado, quando declarou a comercialidade de Tubarão Azul, a OGX estimava em 110 milhões de barris de petróleo o volume total de óleo recuperável nesse campo.

Carneiro lembra na mensagem que o terceiro poço produtor de Tubarão Azul ainda não teve sua vazão estabilizada. Como ele entrou em janeiro de 2013, essa produção não influenciou o resultado da companhia no ano passado, quando a produção média dos dois primeiros poços foi de 4,9 mil barris/dia.

Em 2012, as vendas de quatro cargas de petróleo geraram receita líquidas de R$ 325 milhões, sendo R$ 174,7 milhões no quarto trimestre. A OGX informou que as despesas com poços secos e áreas subcomerciais totalizaram R$ 691 milhões em 2012 sendo que R$ 213 milhões referem-se às despesas no bloco BM-S-29, na Bacia de Campos e que foi devolvido em agosto de 2012 para a ANP, e R$ 20 milhões à despesas no bloco BM-ES-38, devolvido em outubro. (Colaborou Fernando Torres, de São Paulo)

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