Obra está embargada pela Prefeitura, mas aluguel de boxes já é negociado.
Posto de combustível funcionava no local; vazamento ocorreu em 2012.

Um shopping popular está sendo construído irregularmente em um terreno onde funcionava um posto de combustíveis, na região do Brás, em São Paulo, segundo informou o SPTV. Um laudo da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) apontou que a área foi contaminada após vazamento de combustível em 2012, que atingiu o solo e camada subterrânea.

A Prefeitura embargou a obra, mas o dono do empreendimento ignorou a proibição e já está negociando o aluguel de boxes, informou o SPTV. O espaço fica ao lado da Feirinha da Madrugada, na esquina da Avenida do Estado com a Rua São Caetano. Não há placas com informações sobre a obra, como engenheiro responsável ou alvará da Prefeitura. Uma placa diz apenas que a área é particular e a entrada proibida.

A produção do SPTV entrou na construção e pediu mais informações sobre o aluguel dos boxes. Um operário disse que o espaço estaria disponível na primeira semana de dezembro e que teria ligação com a feirinha da madrugada. O dono foi procurado, mas apenas o mestre de obras estava no canteiro.

Ele relatou que a obra começou há um ano e seis meses e que os tanques de combustível do antigo posto foram retirados do local. Mas, de acordo com a Cetesb, não há nenhum documento registrado na companhia que comprove que os tanques foram retirados e a área descontaminada.

O gerente de áreas contaminadas da Cetesb, Elton Gloeden, explicou que inalar os vapores originados dessa contaminação oferece riscos à saúde. Segundo ele, a companhia de saneamento exige, desde o ano passado, uma investigação detalhada do local, com mapeamento da contaminação e avaliação das concentrações existentes na área. Até o momento, a análise não foi entregue.

Gloeden afirmou ainda que, sem a aprovação de um plano de intervenção, o shopping não poderia ser construído no terreno. O dono do empreendimento não quis gravar entrevista, mas enviou fotos mostrando a retirada dos tanques. O empresário disse que o terreno foi descontaminado, mas que até agora a Cetesb não considera que a área esteja livre de risco para saúde.

Além do risco de contaminação, a obra tem outras irregularidades, segundo a Prefeitura. A administração disse que a obra embargada já foi multada oito vezes. O secretário municipal de coordenação das subprefeituras, Luiz Antônio Medeiros, disse que um muro será construído no local. “Vamos construir um muro lá porque eles desobedecem, não podem continuar, não há outra solução a não ser emparedar”, afirmou.

Fonte: G1

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